Aumento do IGPM e valor do aluguel: chegou a hora de negociar

O IGPM, Índice Geral de Preços do Mercado, utilizado na maioria dos contratos de locação, é o principal índice de reajuste de aluguel. Entretanto, sua alta elevada nesses tempos de pandemia, já está fazendo com que o mercado adote um outro indicador padrão.

O que não é para menos, afinal, para quem tem o reajuste de aluguel programado para este mês de junho de 2021, teria que enfrentar um aumento de 37,04%! 

Este número elevado, inviável para a maioria dos inquilinos, se deve ao acumulado do IGPM nos últimos 12 meses (em maio de 2021 a alta foi de 4,10%).

A boa notícia, é que nos contratos de aluguel em que o IGPM é o índice padrão, inquilinos e proprietários já realizam negociações vantajosas para ambos.

Isso ocorre devido às próprias dificuldades do cenário atual, que demonstram, mais uma vez, que um bom acordo é sempre o melhor caminho.

Mas afinal, o que é o IGPM?

Realizado pela Fundação Getúlio Vargas, o IGPM é um indicador de preços que, mensalmente, mede a inflação. 

A porcentagem do IGPM é feita com os preços coletados no mercado em âmbito nacional. Desta forma, são considerados os diversos setores da economia como indústria, construção civil, agricultura, comércio varejista e até prestadores de serviços em residências.

O IGPM tem por base 3 índices: IPA (60%), IPC (30%) e o INCC (10%).

O IPA (Índice de Preços por Atacado) monitora o comércio atacadista com a intenção de visualizar as vendas no varejo.

O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) mede os preços que interferem no poder de compra do cidadão. Ele leva em conta os preços da alimentação, habitação, vestuário, saúde e cuidados pessoais, educação, leitura, recreação, transportes e despesas diversas.

Por fim, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) avalia os valores para a construção de uma casa em nosso país. Ele é coletado em sete capitais e inclui, além do preço dos materiais, a mão de obra especializada.

Por medir a inflação no Brasil, o IGPM é de extrema importância para a toda a economia nacional, e não apenas para os contratos de aluguel.

Quando o IGMP aumenta, significa que a inflação também aumenta, ou seja, o nosso dinheiro vale menos. Este índice também é importante para os investidores que podem prever os movimentos de todo o mercado. 

O IPCA como alternativa para ao IGPM

O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, representa outra forma de calcular a inflação em determinado período. Ele tem por base a variação dos preços dos produtos para o consumidor final, em um universo que engloba as famílias que ganham entre 1 e 40 salários mínimos e que moram em áreas urbanas.

O IPCA é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e monitorado pelo Banco Central para definir a taxa básica de juros da economia, a famosa Selic.

Este índice é considerado a inflação oficial do país. Assim, seu foco são as prateleiras de todo o comércio varejista, incluindo lojas e supermercados.

Ao contrário do IGPM, o IPCA não sofre grandes oscilações pelas variações das moedas estrangeiras, como o dólar, e nem tão pouco das cotações internacionais de matérias-primas.

Assim, com o IGPM em franca disparada, muitas imobiliárias têm apostado no IPCA como índice para o reajuste de aluguéis. 

Na verdade, o IPCA é visto como um percentual capaz de trazer um maior equilíbrio na balança do reajuste entre proprietários e inquilinos. 

Fato é que, manter o IGPM como índice de reajuste de aluguéis irá causar uma alta proibitiva nas locações. 

Desenhando um cenário negativo para inquilinos, com um aluguel fora da realidade de seu já apertado orçamento. 

O que também não é bom para o proprietário, que corre o risco de perder uma importante fonte de renda, principalmente nestes tempos conturbados de pandemia.

Renegocie o reajuste de seu aluguel

Por isso, a importância da negociação de reajuste, com a substituição de um índice de correção mais adequado. 

Vale lembrar que o acumulado de 12 meses do IPCA para aluguéis com vencimentos em maio de 2021 é de 6,76% (contra 37,04% do IGPM).

A preocupação é tanta que já chegou ao Congresso Nacional, com projetos que visam instituir o IPCA como índice oficial de reajustes de aluguéis. Uma realidade que já existe em um terço dos contratos de locação de grandes imobiliárias, representando uma tendência de mercado.

Por isso, enquanto a lei não chega, o importante é contar sempre com uma imobiliária que invista no relacionamento equilibrado entre inquilinos e proprietários, e que incentive a negociação favorável entre ambos.

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Publicado em 10 de junho de 2021 Alugue Bem

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