Talvez não exista nenhuma outra palavra que traduz melhor os nossos dias do que “inovação”. Afinal, ela parece estar em tudo, desde as novidades, cada vez mais avançadas da tecnologia, até no segmento de serviços, adaptados aos novos tempos. Assim, o que está é novidade hoje, pode ser completamente obsoleto amanhã, uma realidade que vale para produtos, empresas e profissionais.
Para entender como viver neste estranho mundo novo, nada melhor do que conhecer o conceito de inovação, e assim, estarmos um pouco mais preparados para este inevitável tempo de mudanças.
Mas afinal, o que é inovação?
Inovação, ao contrário do que muita gente pensa, não é somente aquele objeto totalmente criativo, único e original. Como vamos ver a seguir, inovação, muitas vezes, é um complemento disso. Mas para termos uma ideia clara do que é inovação, vamos primeiro quebrar um senso comum.
Inovação x Invenção
Embora à primeira vista, inovação e invenção pareçam ser a mesmíssima coisa, na verdade possuem conceitos bem distintos.
Enquanto a invenção é algo realmente novo, inédito, criado por um grupo de pessoas para lá de criativas, ou até mesmo, pela mente de um único gênio visionário; a inovação necessita de algo mais.
A inovação precisa gerar valor, e assim, atender a alguma necessidade real do mercado, ou seja, ela requer uma utilidade prática.
Do ponto de vista de uma empresa, inovação é uma ideia que, ao ser implementada, tem como objetivo dar algum retorno, seja na própria organização, como ampliar o faturamento, reduzir custos, aprimorar processos; ou no mercado, com melhorias e avanços nos produtos ou serviços. Só assim uma invenção se torna realmente inovadora.
Mas afinal, para que tanta inovação?
Muita gente deve lembrar do tempo das locadoras de vídeo, em que a marca Blockbuster dominava o mercado internacional. As fitas VHS, que deveriam ser rebobinadas antes da devolução, ou então levávamos multa, eram disputadas como ouro, em cada novo lançamento hollywoodiano. Depois veio o DVD, e que avanço, eles não precisavam ser rebobinados.
Em 2007, a Blockbuster estava simplesmente em 26 países, com mais de oito mil lojas e o impressionante número de 70 milhões de associados. Apenas 4 anos depois, em 2011, ela foi arrematada em um leilão de falências e fechou quase todas as suas lojas em 2013.
Hoje, com a Netflix, é fácil perceber o porquê da falência da Blockbuster, mas, o que é difícil entender, é como uma empresa que chegou a valer 500 milhões de dólares, com todos os recursos necessários, não viu o que estava acontecendo em seu próprio território. O fato é que, a outrora pequena Netflix, teve a visão que a locadora de dvds ignorou e acabou abocanhando o mercado.
Exemplos como esse não faltam por aí, vão desde a Kodak, com a máquina fotográfica mais comercializada do mundo e a revelação de filmes; o império da indústria de discos e sua vendagem de milhões de cópias; até o antigo tele-táxi da esquina. Todos sofreram com os aplicativos e funções que hoje estão ao alcance da sua mão. Afinal, o seu celular disponibiliza fotos instantâneas que nem precisam ser reveladas; serviços de streaming de música com seus artistas favoritos; além da comodidade do Uber, que vem facilitando a circulação de milhares pelo mundo afora, entre tantos outros.
Cultura de Inovação
É sempre bom lembrar que a inovação em uma empresa não depende exclusivamente de altos investimentos em recursos e tecnologias de ponta. Antes, o mais importante é o envolvimento de seus colaboradores no processo, os quais são os verdadeiros agentes da mudança.
É aí que entra o elemento mais importante da inovação: as pessoas.
Assim, a organização como um todo precisa estar engajada neste processo, assumindo uma “cultura de inovação”, que parte da sua liderança para atingir funcionários, clientes e fornecedores. E mudança, neste caso, significa adaptação.
Em resumo, a inovação, tão importante para nossa própria sobrevivência no mercado, é feita por e para pessoas. E, por mais incrível que possa parecer, as pessoas mudam, elas se adaptam e evoluem. É um processo que acaba interferindo, até mesmo, na forma como registramos imagens, ouvimos música ou assistimos filmes.
É por isso que eu, você, seus colegas, clientes e fornecedores, precisamos colaborar integralmente com o processo de inovação, caso contrário, corremos o sério risco de nos tornarmos tão obsoletos quanto as antigas fitas VHS. Só que, neste caso, não vai adiantar rebobinar, vamos fazer parte de um filme que passou e não volta mais.
Pensando bem:
Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.
Leon C. Megginson
A frase acima é erroneamente atribuída a Charles Darwin, mas seu autor é Megginson, professor da universidade de Louisiana, onde, em 1963, apresentou sua interpretação da ideia central de “A Origem das Espécies” de Darwin. De qualquer forma, a frase serve de analogia para o que precisamos fazer nestes tempos de mudanças.
Publicado em 2 de outubro de 2020 Blog