Em uma importante pesquisa da Deloitte, Comportamento do Consumidor de Imóveis em 2040, foi traçado o perfil do futuro mercado de aluguéis, cujas tendências já podem ser observadas hoje e que já afetam o nosso dia a dia.
Entre elas, a maior diversificação de imóveis para atender famílias com configurações dinâmicas e cada vez mais plurais. Neste cenário, o aluguel e o compartilhamento de espaços comuns tendem a crescer, da mesma forma que a busca por maior flexibilidade e a valorização do espaço urbano. Também foi detectada a necessidade de ferramentas que possam auxiliar na redução da burocracia para a garantia de aluguel.
De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios (PNAD) o número de pessoas morando em um mesmo imóvel é cada vez menor. Desde 2001, nota-se que este índice vem caindo acentuadamente (no ano 2000, a média de moradores por domicílio no Brasil era de 3,80 pessoas; já em 2018 caiu para 2,83 moradores). Curiosamente, essas residências abrigam pessoas de idades e perfis diferentes, resultado da transformação dos núcleos familiares em grupos menores e cada vez mais diversificados.
MILLENNIALS E GERAÇÃO Z
Com uma trajetória de vida pessoal e profissional menos previsível do que seus antecessores, os jovens adultos das próximas gerações deverão casar e ter filhos mais tarde, pois desejam dar continuidade aos estudos e à carreira profissional.
Por isso, ao procurar um imóvel, poderão valorizar os que tenham espaços compartilhados, desde que a localização seja em um bairro ou cidade de sua preferência. Longe de um modelo de república, o que eles desejam é comodidade, tecnologia, segurança e equilíbrio entre os ambientes privado e coletivo.
OS DOIS MOTIVOS PARA ALUGAR
Basicamente, ou alguém procura um imóvel para alugar por pura necessidade, ou por opção. Nos dois grupos encontramos diferenças fundamentais. Enquanto o primeiro segmento é mais sensível ao preço; o segundo valoriza a localização e os serviços agregados frente ao tamanho do imóvel.
De acordo com a pesquisa, 58% dos consumidores pretendem comprar um imóvel nos próximos cinco anos. Porém, 18% preferem um imóvel alugado, isto independente de sua condição financeira. Para eles, a facilidade para a mudança de residência é mais importante do que qualquer vantagem financeira que o aluguel possa ter.
Este dado revela que, além da demanda por necessidade, o aluguel é considerado uma excelente opção para uma geração que deseja viajar, empreender e vivenciar outras experiências de vida. A compra do imóvel pode ficar para o futuro, quando o morador tiver melhores condições financeiras ou estabelecer uma família – o que acontecerá cada vez mais tarde para as próximas gerações.
UM MERCADO EM CRESCIMENTO
De 2001 a 2015, o número de domicílios alugados em nosso país cresceu 83%, de 7 milhões de imóveis passou a 12 milhões, marcando uma tendência que se tornará mais acentuada em virtude das aspirações e necessidades das próximas gerações.
Atualmente, menos de 20% dos imóveis são alugados, percentual que até 2040 deverá aumentar em decorrência da valorização do espaço urbano e da renda da população, ao qual tende a crescer menos que os custos da construção.
É um cenário em que toda contribuição, principalmente das novas tecnologias, para reduzir os processos burocráticos e cansativos do aluguel são sempre bem-vindas.
Para atender a demanda, o aluguel precisa ser cada vez mais simples, rápido e fácil.
MULTIGERACIONAIS: UM IMÓVEL COM MUITOS FORMATOS.
Possuir funcionalidades que possam atender às várias gerações que abriga, esta deverá ser a tendência do imóvel do futuro. Assim, ele terá que agregar ambientes com acessibilidade (o aumento da expectativa de vida já é uma realidade) com espaços de tecnologia integrada (os jovens estão sempre conectados).
Casas em condomínios ou vila, capazes de abrigar várias gerações de uma mesma família, além de oferecer segurança e privacidade, tem um alto grau de preferência. Mas ao levar em consideração as condições financeiras, a preferência da casa de rua cresce entre os de renda per capita mais baixa.
Veja abaixo os 10 itens que as novas gerações consideram prioritários neste imóvel:
1º | Suíte |
2º | Muitas tomadas |
3º | Churrasqueira |
4º | Quantidade de janelas/iluminação natural |
5º | Quintal |
6º | Gás encanado |
7º | Armários embutidos |
8º | Cozinha americana |
9º | Tecnologia de monitoramento e segurança |
10º | Portaria eletrônica |
Tendências tecnológicas
Aparelhos conectados e assistentes de voz passam a ser tão necessários quanto à luz e a água. De forma personalizada, imóveis que ofereçam integração entre dispositivos móveis, aplicativos e equipamentos domésticos, têm a preferência; como também, os sistemas de vigilância e monitoramento, visto que a segurança é item cada vez mais valorizado.
Quanto aos serviços e infraestrutura dos imóveis, são fatores que dependem da classe social e de cada momento da vida das pessoas, por isso vão desde a valorização da área de lazer para crianças ao coworking. Em virtude disso, a utilização de inteligência de dados junto com a tecnologia torna-se cada vez mais necessária.
Aliás, a inteligência de dados, base de toda economia digital, passa a ser aliada do consumidor e de todos os agentes do segmento imobiliário, seja no processo de compra ou aluguel, uma vez que os modernos recursos da tecnologia conferem mais agilidade, praticidade e economia a todo o processo.
E você, o que achou de nossas dicas? Tem algo para acrescentar ou gostaria de dar um ideia para nosso próximo tema? Então pode comentar à vontade, a sua opinião é fundamental para todos nós.
Fonte:
Comportamento do consumidor de imóveis em 2040. Estudo 2019.
Pesquisa Deloitte Brasil e ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias).